Adoçante causa câncer? Estudo diz que pode acontecer

É comum ver pessoas trocando o açúcar tradicional pelo adoçante. A causa? Sempre a mesma “Ah, adoçante é mais saudável”. Mas será mesmo?

Afinal, adoçante causa câncer? Por muito tempo esse tema foi um mito, mas recentemente um artigo científico publicado por pesquisadores da Unicamp tem dado o que falar. Nesse periódico online, que pertence ao grupo Nature, alerta sobre os riscos que o adoçante sucralose pode causar em alimentos e bebidas quentes

. O estudo cita o perigo do adoçante em alimentos muito quentes, como chás e café. De acordo com a pesquisa, quando o adoçante é muito aquecido, ele torna quimicamente instável, liberando componentes tóxicos para o organismo humano. E isso é muito perigoso. Afinal, é muito comum ver pessoas tomando café super quente com adoçante, não é mesmo?

adoçante causa câncer
Estudo alerta sobre o perigo da sucralose, contida em adoçantes, em alimentos e bebidas quentes

O professor Rodrigo Ramos Catharino, coordenador dos estudos, afirma: “A substância liberada pelo aquecimento da sucralose é extremamente cumulativa no nosso organismo.”. Porém, o adoçante é liberado pelos principais orgãos de segurança alimentar, como Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, o Joint Expert Committee on Food Additivies (JECFA), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aqui no país.

Adoçante causa câncer? Estudo diz que quando quente, sim!

O estudo, que também foi publicado no periódico online Scientific Reports, Rodrigo Ramos Catharino, professor da faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unicamp e os pesquisadores Diogo Noin de Oliveira e Maico de Menezes, comprovam que quando aquecida a sucralose se torna altamente perigosa e cancerígena para o organismo humano.

“Com a queima das moléculas da sucralose há a formação de HPACs, uma família de compostos que têm muita facilidade para se tornarem tóxicos e mutagênicos. Isso acontece na sucralose por conta de um rearranjo das moléculas, quando elas são aquecidas. Outro fator preocupante é que esta substância liberada pelo aquecimento da sucralose é extremamente cumulativa no nosso organismo”, conclui o professor.

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De acordo com ele, o estudo é o primeiro, em nível mundial, a relatar sobre os perigos da sucralose quando aquecida. “Os resultados da nossa pesquisa apontam dados novos na área de toxicologia de alimentos, indicando que a exposição crônica de seres humanos ao adoçante, caso, por exemplo, de diabéticos e de quem faz dietas especiais, pode causar efeitos nocivos à saúde. O uso deste edulcorante artificial merece, portanto, muita atenção dos consumidores, além do desenvolvimento de outras pesquisas por parte de órgãos de regulamentação”, explica.

Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a pesquisa não determinou ao certo qual a quantidade liberada e qual realmente é o impacto que a queima da sucralose provoca no organismo. Duas marcas de adoçante foram usadas na pesquisa, mas devido a questões éticas e legais, os nomes não foram divulgados no estudo. Os adoçantes usados na pesquisa foram submetidos a aquecimento em banho-maria para avaliar o perigo da degradação do produto.

“Nós observamos uma liberação de HPACs a uma temperatura próxima a 98 graus célsius, um pouco abaixo da temperatura de ebulição da água. É uma temperatura muito próxima de um chá quente ou de um café”, revela preocupado o pesquisador Diogo Noin de Oliveira.

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A sucralose é produzida de forma sintética a partir da sacarose, o açúcar comum que é feito por meio da cana-de-açúcar. A diferença química entre um e outro, se refere a existência de átomos de cloro presentes na sucralose. Esses átomos são os responsáveis pelo aumento da doçura do adoçante, que consegue ser 400 vezes maior do que da sacarose (açúcar comum).

“O açúcar comum possui átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio (C12H22O11). Na sucralose (C12H19Cl3O8) alguns átomos de oxigênio foram substituídos pelo cloro. Dentre outras características, isso confere a ela um poder de dulçor maior. Observamos, porém, que estes átomos de cloro aumentam não só o poder adoçante dela, mas a reatividade. Quimicamente ela se transforma em algo que vai reagir mais facilmente. Isso, portanto, explica essa instabilidade da sucralose em temperaturas mais quentes”, conta Diogo de Oliveira.

O perigo do adoçante se trata apenas de usa-lo em temperaturas muito quentes. De acordo com o coordenador da pesquisa, Rodrigo Ramos Catharino se não houver o aquecimento, não há riscos “Se não aquecer a sucralose não tem problema nenhum, ela é completamente inofensiva”, afirma.

Cuidado com os rótulos!

De acordo com os pesquisadores, é importante ter bastante atenção ao rótulo do produto. Muitos deles informam que a sucralose é estável ao aquecimento e que pode ser usada em alimentos e bebidas quentes, mas a pesquisa apontou que isso não é verdade.

“A sucralose é o adoçante artificial mais utilizado tanto para fins industriais e uso pessoal. Embora inicialmente considerado seguro para uso, a literatura recente aumentou a conscientização sobre o potencial de que a sua estrutura tem de gerar compostos tóxicos quando expostos a temperaturas altas. Importantes contribuições têm ampliado significativamente o conhecimento sobre as condições precisas em que estas moléculas indesejáveis surgem. Este é o caso da nossa pesquisa”, explica Rodrigo Catharino.

Conclusão:

Até que se prove o contrário, tome cuidado com o uso do adoçante com sucralose em alimentos e bebidas quentes.

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